Dentro do mercado de co-investimentos, o private equity se destaca como uma opção interessante para os investidores, especialmente para aqueles que estão dispostos a assumir riscos em troca de possíveis retornos elevados.
O termo private equity se refere a investimentos realizados diretamente em empresas privadas, ou seja, aquelas que não têm ações negociadas publicamente em bolsas de valores. Ele é feito muitas vezes através de empresas especializadas, e tem como objetivo adquirir participações em empresas com o intuito de influenciar suas estratégias e colher os frutos de seu crescimento ou de uma reestruturação bem-sucedida.
Nos últimos anos, o conceito de co-investimento em private equity tem ganhado popularidade no mercado, permitindo que investidores individuais se juntem a fundos e instituições para participar em grandes negócios. Neste artigo, vamos compartilhar suas vantagens e os desafios antes de poder investir.
O que é co-investimento?
Co-investimento é uma estratégia de investimento em que dois ou mais investidores investem juntos em um ativo ou em uma empresa. Geralmente, um dos investidores é um fundo de private equity ou uma instituição financeira, que lidera a negociação e a gestão do investimento, enquanto os outros participantes, que podem ser indivíduos ou outras entidades, contribuem com capital adicional.
No contexto de private equity, o co-investimento permite que investidores menores participem de grandes negócios que, de outra forma, estariam fora de seu alcance. Isso é possível porque o fundo de private equity, ao identificar uma oportunidade de investimento, convida outros investidores a se juntarem ao negócio, dividindo assim tanto os custos quanto os riscos.
Além disso, os co-investidores podem se beneficiar da expertise e dos recursos do fundo líder, sem necessariamente pagar as mesmas taxas elevadas associadas a um investimento direto em fundos de private equity.
O private equity oferece vantagens tanto para o fundo líder, que pode aumentar o capital disponível para grandes investimentos, quanto para os co-investidores, que têm a oportunidade de acessar investimentos de alta qualidade com uma menor exposição de risco individual, mas como em qualquer investimento, é importante que os co-investidores compreendam os riscos envolvidos e realizem uma due diligence antes de se comprometerem com o co-investimento.
O que é private equity?
Private equity é um investimento de capital feito diretamente em empresas privadas ou em empresas que passam por aquisições e que eventualmente saem do mercado de ações.
Diferente dos investimentos tradicionais em ações, que são negociadas publicamente em bolsas de valores, o private equity envolve a compra de participações em empresas que não estão disponíveis ao público em geral.
O objetivo principal dos investidores de private equity é adquirir uma participação ou mesmo controle total sobre uma empresa, com o propósito de melhorar sua performance e aumentar o valor do negócio ao longo do tempo.
Os fundos de private equity geralmente levantam capital de investidores institucionais e de investidores individuais de alto patrimônio líquido. Esses fundos têm um ciclo de vida típico de 7 a 10 anos, durante os quais compram, gerenciam e vendem as empresas do portfólio.
Os gestores de fundos de private equity trabalham em colaboração com as empresas que investem, implementando estratégias de reestruturação, crescimento, inovação ou mudanças de gestão. O retorno sobre o investimento (ROI) é geralmente realizado através da venda da empresa investida, seja por meio de uma oferta pública inicial (IPO), fusão ou venda para outra empresa ou fundo.
O setor de private equity tem crescido nos últimos anos, impulsionado pela busca por retornos mais elevados em um ambiente de baixa taxa de juros e pelo aumento da confiança nas estratégias de criação de valor a longo prazo. Investidores institucionais têm direcionado uma parte crescente de seus portfólios para private equity, atraídos pelas oportunidades de retorno acima da média oferecidas por esse mercado.
Além disso, o aumento do número de empresas privadas em busca de capital para expansão, reestruturação ou mudança de controle tem ampliado o mercado para operações de private equity.
Tipos de investimentos em Private Equity
Dentro do universo, existem diferentes tipos de investimentos, cada um com características específicas que se adequam a certos momentos e necessidades das empresas. Abaixo, explicamos detalhadamente os principais tipos:
Capital de Crescimento (Growth Capital)
O capital de crescimento é um tipo de investimento em private equity voltado para empresas que já possuem uma base sólida, mas que precisam de recursos adicionais para expandir suas operações, desenvolver novos produtos ou entrar em novos mercados.
Ele é ideal para negócios que estão em uma fase de crescimento acelerado, mas que ainda não atingiram o estágio de maturidade total. Os investidores de private equity oferecem o capital necessário para financiar essa expansão em troca de uma participação acionária na empresa. Ele exige um suporte financeiro estratégico para atingir novos patamares.
Aquisições alavancadas (Leveraged Buyouts ou LBO)
As aquisições alavancadas são as mais comuns, onde o investidor utiliza uma combinação de capital próprio e dívida para adquirir uma empresa. Nessa modalidade, a empresa adquirida passa a ser controlada pelos investidores, que buscam otimizar suas operações, aumentar a eficiência e revender a empresa com lucro.
As aquisições alavancadas são muito populares em setores onde há oportunidades de reestruturação e melhoria operacional, essa estratégia permite que os investidores maximizem os retornos com um investimento inicial relativamente baixo, utilizando a própria empresa adquirida como garantia para a dívida contraída na compra.
Investimentos em empresas em dificuldades financeiras (Distressed Investments)
Este tipo de investimento envolve a aquisição de empresas que estão enfrentando problemas financeiros significativos, como falência iminente ou necessidade de reestruturação profunda.
O Distressed Investments é altamente arriscado, mas pode oferecer retornos elevados se os investidores conseguirem reverter a situação da empresa.
Investidores de private equity que atuam nesse segmento geralmente possuem expertise em reestruturação e recuperação de empresas, e sua estratégia inclui renegociar dívidas, cortar custos e implementar mudanças operacionais profundas para restaurar a saúde financeira da empresa.
Quem pode investir em Private Equity?
O processo de investimento em private equity geralmente começa com a identificação de uma empresa que atenda aos critérios específicos de investimento do fundo de private equity.
Após a identificação, é realizada uma due diligence detalhada, que envolve a análise financeira, operacional e legal da empresa-alvo para avaliar seus riscos e oportunidades. Se a empresa passar na due diligence, o fundo de private equity faz uma oferta de investimento, que pode incluir a aquisição total ou parcial da empresa.
Depois da aquisição, o fundo trabalha para melhorar o desempenho da empresa, seja através de expansão, reestruturação ou otimização de operações, com o objetivo final de vender sua participação a um valor maior, gerando retorno para os investidores.
Investir em private equity não é acessível para todos, ele é reservado para investidores institucionais, como fundos de pensão, seguradoras, fundações e endowments ou para indivíduos com alto patrimônio líquido.
Esses investidores, chamados de “investidores qualificados”, precisam atender a alguns requisitos financeiros para participar, como ter uma renda anual ou patrimônio líquido elevados. Mas nos últimos anos, o acesso ao private equity tem se expandido, especialmente com o crescimento dos coinvestimentos e dos fundos de private equity acessíveis a um público maior.
Os coinvestimentos permitem que investidores individuais, muitas vezes com valores mais baixos, participem de grandes negócios junto com fundos de private equity, dividindo os riscos e os retornos.
Ainda assim, é importante lembrar que o private equity continua sendo uma classe de ativos complexa e arriscada, recomendada principalmente para investidores que já possuem experiência em investimentos e que têm uma compreensão clara dos riscos envolvidos.
Vantagens em investir em private equity
Investir em private equity pode ser uma estratégia muito lucrativa, mas como qualquer investimento, ele vem com seu próprio conjunto de riscos e recompensas.
Para muitos investidores, o apelo do private equity está no potencial de conquistar retornos superiores aos encontrados nos mercados públicos tradicionais. Confira quais são suas principais vantagens:
Potencial de retorno mais elevado
Uma das principais atrações do private equity é o potencial de retorno elevado. Como os investidores de private equity adquirem empresas inteiras ou participações nelas, eles têm a oportunidade de influenciar diretamente a gestão e as operações das empresas investidas, buscando otimizar seu desempenho e, consequentemente, aumentar seu valor.
Quando essas empresas são vendidas com lucro, os retornos podem ser substancialmente maiores do que os obtidos em mercados públicos.
Controle e influência sobre a empresa
Investidores de private equity frequentemente têm posições de controle ou participações nas empresas em que investem, o que dá a eles um grau de influência sobre as decisões estratégicas, que podem incluir reestruturações, mudança de gestão, realocação de recursos e a implementação de novas estratégias de crescimento.
Flexibilidade
Os investidores podem escolher abordagens diferentes, como aquisições alavancadas, investimentos de crescimento, capital de risco ou aquisições de empresas em dificuldades.
Além disso, o private equity permite personalizar os termos e condições do investimento de acordo com as necessidades e objetivos específicos dos investidores e das empresas investidas.
Duração do investimento
Apesar do private equity ser um investimento de longo prazo, essa característica pode ser vantajosa para investidores que estão dispostos a esperar por retornos significativos.
O longo horizonte de investimento permite que os gestores implementem mudanças estratégicas profundas e capitalizem sobre o crescimento sustentável, o que pode ocorrer maiores retornos no final do ciclo de investimento.
Possibilidade de alavancagem
Muitos investimentos em private equity utilizam alavancagem (empréstimos) para financiar a aquisição de empresas, que pode aumentar os retornos sobre o capital investido, já que o uso de dívida permite que os investidores ampliem o impacto do seu capital. Mas a alavancagem também aumenta o risco, o que deve ser cuidadosamente gerido.
Desvantagens do investimento em private equity
Retornos elevados estão associados a riscos consideráveis, exigindo uma análise detalhada e um entendimento claro dos prós e contras envolvidos. Avaliar também as desvantagens do private equity é importante para determinar se esse tipo de investimento se alinha aos seus objetivos financeiros e à sua tolerância ao risco.
Riscos elevados
Mesmo que o potencial de retorno no private equity seja alto, os riscos envolvidos também são substanciais. Investimentos em empresas privadas são menos líquidos e têm maior incerteza em relação à sua valorização e desempenho futuro.
Além disso, como as empresas não são negociadas publicamente, pode ser mais difícil obter informações detalhadas e precisas sobre seu desempenho financeiro e operacional.
Retornos não seguros
Os retornos em private equity não são garantidos e o risco de perda de capital é significativo. Diferentemente dos mercados públicos, onde é possível diversificar amplamente, os investidores em private equity muitas vezes têm um número limitado de empresas em seu portfólio, o que aumenta o risco de impactos negativos em caso de falhas de uma ou mais empresas investidas.
Dificuldade em avaliar o desempenho
Avaliar o desempenho de investimentos em private equity pode ser complicado, pois essas empresas não estão sujeitas às mesmas exigências de divulgação que as empresas públicas.
Os métodos de avaliação de desempenho de um negócio podem variar, tornando difícil comparar investimentos e prever retornos potenciais de maneira confiável.
Altas taxas e comissões
Investir em private equity pode ser caro, com taxas de administração e comissões de desempenho frequentemente significativas que podem impactar os retornos líquidos para os investidores. Além disso, os fundos de private equity geralmente cobram uma taxa de administração anual e uma comissão de performance, que é um percentual dos lucros realizados.
Risco de conflito de interesses
Em alguns casos, pode haver um risco de conflito de interesses entre os gestores de fundos de private equity e os investidores. Pode ocorrer se os gestores priorizarem suas próprias recompensas financeiras em detrimento do melhor interesse dos investidores, por exemplo, ao tomar decisões de investimento que maximizem as taxas de desempenho.
Como investir em private equity?
Investir em private equity pode parecer complexo, mas há várias formas de acessar esse mercado.
Para a maioria dos investidores, a maneira mais comum é através de fundos de private equity geridos por empresas especializadas, que reúnem capital de múltiplos investidores para adquirir participações em empresas privadas. Esses fundos geralmente exigem um compromisso de longo prazo, com requisitos mínimos de investimento relativamente altos.
Outra opção é investir diretamente em uma empresa privada, que é o mais comum entre investidores institucionais ou pessoas com alto patrimônio líquido. Além disso, a modalidade de coinvestimento permite que investidores participem em grandes negócios liderados por fundos de private equity, compartilhando o risco e o capital necessário.
Independentemente do caminho escolhido, é importante realizar uma devida diligência e entender de forma aprofundada o funcionamento do mercado de private equity antes de se comprometer com esse tipo de investimento.
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