O que é Liquidez e Como ela Funciona no Venture Capital?

O que é Liquidez e Como ela Funciona no Venture Capital?

No dinâmico mundo dos investimentos, a liquidez é um conceito fundamental que todo investidor precisa dominar. Afinal, compreender a liquidez é crucial para tomar decisões informadas, especialmente em mercados de alto risco e alto retorno, como é o caso do mercado de Venture Capital. Este artigo explora esse conceito e como ela se manifesta e funciona especificamente no contexto dos investimentos em startups (VC), onde a liquidez assume características muito particulares.

Conceituando Liquidez no Mercado Financeiro

De forma simplificada, a liquidez pode ser definida como a facilidade e rapidez com que um ativo pode ser convertido em dinheiro sem que haja uma perda significativa de seu valor. Em outras palavras, a liquidez mede a capacidade de um investimento ser transformado em capital disponível para uso imediato. 

Por exemplo, o Tesouro Selic, o título público que acompanha a taxa básica de juros, pode ser considerado um ativo líquido, já que pode ser retirado em D+1 (no dia útil seguinte ao pedido, o dinheiro é depositado na sua conta). As ações de grandes empresas, negociadas na Bolsa de Valores, também podem ser consideradas ativos líquidos, já que podem ser compradas e vendidas rapidamente no mercado.

Por outro lado, imóveis podem ser considerados ativos ilíquidos, já que sua compra e venda envolve visitas, documentações, análises de crédito, entre outros fatores que fazem com que a sua conversão em dinheiro leve meses e, em alguns casos, até anos. As obras de arte também se encaixam nesse mesmo cenário de liquidez.

Realizando algumas analogias, podemos dizer que a alta liquidez é como pedir um lanche no iFood, já que em alguns minutos o entregador já estará na sua porta, enquanto a baixa liquidez é como realizar uma encomenda internacional na AliExpress, já que podem levar alguns meses para a entrega chegar na sua casa. 

Muitos investidores(as) acreditam que não poder retirar o seu dinheiro facilmente (e quando quiserem) é algo necessariamente ruim, o que não é verdade. Para desvendar esse mito, você precisa entender a relação entre os 3 conceitos que formam o “tripé” dos investimentos: liquidez, rentabilidade e risco.

LIQUIDEZ VS RENTABILIDADE VS RISCO

Na grande maioria das vezes, um investimento de baixa liquidez costuma ter alta rentabilidade, mas também envolve maior risco. O caso mais emblemático que vamos comentar é o do Venture Capital, que atende justamente esses 3 critérios, ou seja, baixa liquidez, alta rentabilidade e alto risco. 

Como a Liquidez Funciona no Mercado de Venture Capital?

No universo do Venture Capital (VC), a liquidez assume uma dinâmica bastante distinta. Diferentemente de mercados tradicionais, onde a liquidez é alta e as transações são frequentes, os investimentos em startups via VC são, por natureza, de baixa liquidez. Por consequência, esse tipo de ativo também envolve uma alta rentabilidade e um alto risco.

Mas por que isso ocorre? As startups são empresas em estágios iniciais de desenvolvimento, o que significa que elas ainda precisam percorrer um longo caminho até se tornarem empresas maduras, entre 5 a 10 anos, e em alguns casos de sucesso atingirem um evento de liquidez.

Esses eventos de liquidez são os momentos em que o investidor consegue converter sua participação na startup em dinheiro. Os principais eventos de liquidez no Venture Capital incluem:

  • Aquisição (M&A): Uma empresa maior adquire a startup, e os investidores de VC vendem suas participações como parte da transação. Esta é a forma mais comum de liquidez no VC.
  • Oferta Pública Inicial (IPO): A startup abre seu capital na bolsa de valores, permitindo que os investidores de VC vendam suas ações no mercado público. Embora seja o sonho de muitas startups, IPOs são menos frequentes e exigem um alto nível de maturidade da empresa.
  • Venda Secundária: Investidores de VC vendem suas participações para outros fundos de VC, investidores institucionais ou até mesmo para os próprios fundadores da startup. Essa opção de liquidez tem se tornado mais comum, oferecendo uma saída antes de um M&A ou IPO.
  • Recompra de Ações: A própria startup recompra as ações dos investidores de VC. Isso é menos comum, mas pode ocorrer em certas situações.

Durante esses anos de desenvolvimento da startup, o investimento realizado fica retido até que um evento de liquidez, como os citados acima, ocorra. É por isso que esse tipo de ativo é ilíquido. Porém, essa falta de liquidez é compensada pelo potencial de retornos exponenciais, já que o investimento em startups também é de natureza convexa.

Estratégias para Gerir Liquidez no seu Portfólio

Como falamos anteriormente, muitos(as) investidores(as) resistem à aplicação de capital em investimentos ilíquidos, principalmente por sua natureza de longo prazo e de alto risco. Porém, um portfólio saudável e lucrativo exige que o(a) investidor(a) realize uma gestão diversificada entre ativos ilíquidos e ativos líquidos, equilibrando riscos e maximizando o retorno potencial.

No nosso Guia para o Investidor de Startup, descomplicamos todos os conceitos e processos que envolvem o investimento em startups e compartilhamos as estratégias que investidores de sucesso utilizam para gerir um portfólio de startups de sucesso.

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