A Ozllo conecta clientes a marcas ou pessoas interessadas em ‘desapegar’ de roupas e acessórios. Expectativa é fechar o ano com faturamento 350% maior
No final de 2018, a Ozllo nasceu com foco no desapego de peças de luxo. O marketplace conecta quem quer comprar ou vender bolsas, sapatos e roupas de marcas internacionais e famosas. Depois, veio o espaço para as grifes brasileiras. Elas hoje podem vender seus produtos novos, mas de coleções passadas, pela plataforma.
Os dois modelos geraram mais de R$ 1 milhão em vendas no ano passado. A fundadora, Zoë Póvoa, não abre o faturamento, mas diz que o plano era multiplicá-lo por sete em 2020. A pandemia do coronavírus fez com que a projeção ficasse mais cautelosa – mas não impediu que o site continuasse a crescer. Sua receita aumentou 348% entre fevereiro e março; em maio, a expectativa é dobrar em relação a abril. Já a projeção “pé no chão” para o ano é de um faturamento 350% maior que no anterior.
A empresa também antecipou alguns planos. Um deles é conectar marcas parcerias a outros sete marketplaces para impulsionar a venda de suas coleções atuais na internet.
Oferta e demanda
A empreendedora atribui o crescimento a uma combinação de fatores. Um deles é o maior interesse na venda dos produtos pelo site. No período, o número de pessoas físicas cadastrando peças cresceu 10%. “Tem muita gente aproveitando o tempo em casa para fazer uma limpa no armário”, diz Zöe.
O perfil da clientela também ajuda. A maior parte do público é das classes A e B. Já o tíquete médio é de R$ 300 para peças novas e R$ 2 mil para as seminovas. “Tem muita gente colocando o pé no freio. Mas tem a parcela que está recebendo seu salário normalmente e está em casa fazendo compras online.”
Pelo tíquete-médio alto, a venda de seminovos hoje representa 80% do faturamento. A fundadora diz que a tendência é que o percentual se equilibre com o ganho de tração das grifes brasileiras. Cerca de 60 delas estão cadastradas na plataforma hoje. O plano é fechar o mês de julho com 300.
Abordagem ativa da Ozllo
Outro fator importante foi impulsionar a comunicação com o público. “Pegamos toda a base de clientes, vimos quais eram os melhores e ligamos para quase todos”, diz Zöe. O objetivo era entender as necessidades, os interesses e o receio das clientes no período. E funcionou. “Vimos que sim, tem muita gente que não está querendo comprar. Mas tem aqueles que querem.”
A empresa também intensificou parcerias com influenciadoras, passou a enviar mais e-mails de divulgação e até incluiu cartinhas de agradecimento nas encomendas. Tudo, segundo Zöe, para encantar as clientes. “Muitas das pessoas que estão comprando em e-commerce estão fazendo isso pela primeira vez. Temos a oportunidade de encantá-las e mostrar que é conveniente comprar online.”
Novas frentes em marketplaces
Com a ambição de se tornar um hub de moda, a Ozllo já tem novos planos no horizonte. A empresa passará a apoiar as grifes na digitalização de suas vendas, conectando-as a outros sete marketplaces. Neles, elas poderão vender suas coleções atuais, enquanto mantêm as anteriores na Ozllo.
Outra possibilidade será a criação de um e-commerce próprio para aquelas que ainda não têm ou não estão satisfeitas com o atual. O serviço será oferecido graças à migração e parceria da empresa com a VTEX. “Muitas dessas marcas eram mais ‘caseiras’ e achavam suficiente estar no Instagram. Agora, estão entendendo a importância de estar no digital.”
O próximo plano, previsto ainda para este ano, é fechar parcerias para facilitar o processo de entregas das marcas. A Ozllo hoje cuida da logística apenas nas vendas entre pessoas físicas – até para garantir que o item ofertado é legítimo e está em bom estado.
A empresa agora busca fechar uma rodada de investimento de R$ 1 milhão. Zöe diz que a negociação estava quase definida quando a pandemia chegou ao país, em março. Com o valor, o objetivo é expandir a equipe e investir em tecnologia, marketing e operações.