O Complexo Industrial Portuário de Suape está implantando uma tecnologia inédita para elevar a segurança das manobras de atracações dos navios e aprimorar a eficiência nas estadias. A plataforma de Apoio à Segurança e Gestão de Manobras de Navios (SMA), como chamada, monitora desde a previsibilidade de chegada da embarcação ao porto, passando pela presença no fundeio, até a navegação para atracação e aproximação aos Píeres de Granéis Líquidos (PGLs), momento mais crítico da manobra. A instalação começou há dois meses e está em fase de operação no PGL 3B.
Sensores laseres instalados aos berços, especificamente nos PGLs 2A, 2B, 3A e 3B, serão os responsáveis pela indicação da velocidade de aproximação ao píer com precisão, informando aos práticos o status, em tempo real, das velocidades de proa e popa da embarcação num display numérico e colorido a LED. A plataforma – cuja operação será realizada pela Transpetro Suape – também acompanha as condições meteorológicas do porto, por meio de instrumentação ambiental. O monitoramento acontece de acordo com as regras de segurança, eficiência e comunicação da Petrobras.
O projeto foi desenvolvido pela startup NavalPort, empresa do Porto Digital especializada em geração de conhecimento e solução de problemas complexos, sobretudo nas áreas de operação portuária. “A plataforma realiza o monitoramento da embarcação de forma global, desde o planejamento de chegada até a amarração, através do acompanhamento das tensões nas amarras do navio. Durante a estadia existem tempos estimados para cada etapa (fundeio, manobra, atracação) e o sistema monitora todas as fases, informa à Petrobras a eficiência e possíveis desvios de cada embarcação”, explica Marco Santiago, CEO e Founder da NavalPort.
A startup está incubada em Suape desde 2017, quando começou a buscar soluções para a área portuária. “A nossa contratação gerou demandas e desenvolvimento de novos fornecedores, tanto em Pernambuco, quanto no Brasil, ou seja, ao contratar a NavalPort, outras empresas nacionais foram inseridas na cadeia de fornecimento, estimulando a inovação nacional de maneira coletiva, a exemplo da fornecedora de painéis LED, que desenvolveu um produto especialmente para a plataforma. Os ganhos foram muito além da NavalPort, estendendo-se para o ecossistema de inovação e para a indústria portuária”, explica Marco Santiago.
O presidente do Complexo de Suape, Leonardo Cerquinho, lembra que a gestão implantou um amplo programa de inovação e os resultados estão só começando. “Essa plataforma será uma das muitas soluções que pretendemos contar para aprimorar as atividades da gestão portuária. Recentemente, contratamos o Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD), para implementação de programa de inovação aberta no Complexo, por meio do qual startups vão mapear desafios e buscar soluções para o sistema portuário, sensoriamento, digitalização, transparência e inteligência de Suape. Futuramente, pretendemos exportar soluções para outros portos”, declara.