Entrevista Exclusiva com Paulo Tomazela: O Novo CEO da Bossa Invest e o Futuro do Empreendedorismo no Brasil

Nesta edição especial do nosso editorial, entrevistamos nosso novo CEO da Bossa Invest, Paulo Tomazela. 

Com uma trajetória de vida inspiradora que o levou de uma pequena cidade no interior de São Paulo para o epicentro do empreendedorismo inovador brasileiro, Paulo Tomazela tem uma vasta experiência profissional corporativa e no mercado de Venture Capital. 

Desde que assumiu o comando da Bossa, Paulo tem sido alvo de curiosidade sobre seu perfil e trajetória. Mas o que o motivou a liderar uma das empresas mais influentes no ecossistema de startups do Brasil? Como ele planeja fortalecer as parcerias e colaborações da Bossa? E qual é será seu principal desafio como líder?

Nesta entrevista exclusiva, ele nos conta um pouco sobre sua vida, carreira e sua visão ambiciosa para o futuro da Bossa e como ele pretende deixar sua marca em uma das indústrias mais dinâmicas do país. 

Boa leitura!

Conheça a Trajetória Pessoal e Profissional de Paulo Tomazela

Por Dentro da Bossa: Antes de mergulharmos nas perspectivas para a Bossa, gostaríamos de saber um pouco sobre sua trajetória pessoal. De onde você veio e como chegou até aqui?

Paulo Tomazela: Vamos lá, sou um paulista do interior de São Paulo, de uma cidade que quase ninguém ouviu falar chamada Cordeirópolis. Mas, vim para Minas num processo de “mineirização” feito pela então Fiat Automóveis (hoje Stellantis) para trazer fornecedores para o entorno dela. Já moro aqui há mais de 25 anos. Um pouco de crise de identidade, pois não sei se sou paulista ou mineiro depois de tanto tempo aqui. Quando estou na minha cidade, percebem o sotaque mineiro, quando estou aqui, ainda percebem um sotaque paulista. Profissionalmente, passei a maior parte da minha vida aqui em Minas nesses vinte e cinco anos. Além disso, sou pai de cinco filhos mineiros, o que me aproxima mais ainda da cultura mineira.

Por Dentro da Bossa: Com uma família grande, deve ser um desafio equilibrar tudo. O que mais gosta de fazer nas horas vagas?

Paulo Tomazela: Minhas atividades favoritas para além do trabalho envolvem estar com meus filhos. Lido com gerações muito diferentes, o que torna tudo muito mais interessante. No tempo que me sobra, tento jogar golfe. Esporte que sou péssimo, aliás, mas por ser uma atividade que exige muito foco, leva horas caminhando por paisagens bucólicas, acaba sendo uma terapia para mim. Estar no campo, focado na bola, sem celular, é algo que me ajuda muito. Acho que todos nós precisamos de mais atividades que nos desconectem do mundo digital nas horas vagas.

Por Dentro da Bossa: Agora, sobre sua vinda para a Bossa. Qual foi o momento decisivo que o levou a assumir essa liderança?

Paulo Tomazela: A decisão de liderar a Bossa foi resultado de uma jornada de reflexão. Quando fui abordado para essa oportunidade, fiz muitas reflexões e percebi que fazia todo o sentido quando cruzava minhas habilidades com as necessidades dessa nova fase da Bossa. Há quinze anos, entrei neste mercado sem compreender totalmente o que era uma startup. Éramos um grupo de empreendedores que cada um já havia iniciado pequenos negócios, quebrado alguns, evoluído com alguns empreendimentos, embora não os chamássemos necessariamente de startups na época. Acreditávamos que tínhamos algo a oferecer a outros empreendedores, compartilhando nossas experiências de mercado. Anteriormente eu tinha sido um executivo com uma carreira já de mais de 15 anos no setor automobilístico na época e decidi mudar meu foco e ajudar empreendedores a fazerem de suas empresas cases de sucesso, e assim, quem sabe, influenciar pessoas a considerar empreender uma opção a ser avaliada e não apenas uma alternativa em caso de insucesso em empregos formais. Hoje vejo uma geração mais preparada para empreender e acredito que, após mais de uma década e meia atuando no mercado, tenho bastante ainda a contribuir com essa transformação de mindset.

Por Dentro da Bossa: Como você vê o papel da Bossa no ecossistema de startups brasileiro e qual é sua visão para a empresa?

Paulo Tomazela: A Bossa desempenha um papel fundamental em um mercado brasileiro que enfrenta muitos desafios, incluindo taxas de juros elevadas e regulações que dificultam a vida dos empreendedores e das empresas. A indústria de capital de risco ainda apresenta alguns gaps, principalmente nos investimentos mais iniciais, nas fases que chamamos de investimento anjo, pré-seed e seed. Faltam players que busquem investimentos em empresas que estão na fase pós-seed, o que acaba limitando um pouco a liquidez dessas startups mais iniciais nas fases seguintes de crescimento. A Bossa atende um número sem comparação de startups, mas a demanda de bons negócios por investimentos é tão alta que seria necessário ter mais umas três “Bossas” para atender todos. Não faltam ideias nem projetos, mas sim financiamento e compreensão do risco envolvido. Quero ampliar nossas operações, trazer mais processos robustos e transparência, fortalecendo assim nossa presença no mercado, aliando mais qualidade ainda à quantidade que já temos hoje. Com a qualidade do time que encontrei na Bossa acredito que possamos ampliar sua posição de referência como uma plataforma de investimento e apoio ao empreendedorismo brasileiro e latino-americano.

Por Dentro da Bossa: À medida que você assume a liderança, como planeja impulsionar o crescimento e a expansão da empresa?

Paulo Tomazela: A primeira meta é fazer a transição da liderança de forma suave. O nome João Kepler está intrinsecamente ligado à Bossa e isso não vai mudar. No entanto, minha expectativa é trazer uma visão complementar ao que a Bossa já faz. Vou me dedicar integralmente, trazendo mais presença física para nossa equipe, empreendedores e investidores. Quero aproveitar a enorme quantidade de ativos que temos em nossa rede, conectando empreendedores e investidores de forma mais eficaz. Acredito que a tecnologia desempenhará um papel fundamental nisso, facilitando as conexões e compartilhando conhecimento.

Por Dentro da Bossa: Finalmente, como você planeja fortalecer as parcerias e colaborações da Bossa com outros investidores e empresas no ecossistema de startups?

Paulo Tomazela: Precisamos facilitar as conexões entre empreendedores, investidores e mercado e, como comentei, a tecnologia será uma aliada nesse processo. Promoveremos a colaboração entre essas competências diversas e compartilharemos experiências. Recentemente, começamos a criar conselhos de investidores e fundadores para facilitar essa troca de conhecimento. Meu objetivo é usar essa rede para criar um ecossistema mais forte e unido. Eu estou muito empolgado com tudo que temos a fazer aqui.  Acho que vai ser, no mínimo, divertido e enriquecedor para todos. Estou ansioso para contribuir cada vez mais para o sucesso do empreendedorismo no Brasil.

Utilizamos cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Cookies