Algumas pessoas crescem com veia empreendedora. Para elas, abrir um negócio é tão parte da vida quanto respirar. Claro que isso não torna o processo mais fácil. Pesquisar, investir, administrar e negociar ainda são etapas que tornam a vida dos empreendedores um verdadeiro malabarismo. Mas a tecnologia pode ser uma mão na roda para quem deseja iniciar uma nova empresa.

Os chamados “negócios tech driven” são, geralmente, baseados em internet. Plataformas online, aplicativos e e-commerce são exemplos cada vez mais constantes no mercado. A ideia é trazer praticidade e deixar tudo à mão dos clientes. Basta clicar e está feita a compra ou o serviço. E os benefícios não ficam só para os usuários.

Rafael Perboni é psicólogo por formação, mas sempre foi um empreendedor. Depois de abrir a primeira locadora de DVDs em Santa Catarina, tentou seguir os negócios da família no setor de artigos odontológicos e, por fim, abriu uma startup de aprendizado musical. Já Jonathan Pirovano, cresceu no setor de tecnologia. Aos 15, começou a mexer com programação. Ainda jovem, com 17 anos, também se arriscou no empreendedorismo, abrindo uma gráfica com um sócio peruano. Tempos depois, os caminhos de Perboni e Pirovano se cruzaram em uma empresa de tecnologia onde trabalharam.

A oportunidade de empreender, dessa vez juntos, apareceu novamente em 2013, em uma nova área para os dois: tecnologia para entregas. “Já existia uma prova de conceito de negócio, onde as pessoas pediam um motoboy através de um formulário online, mas não tinha tecnologia envolvida até então. O cliente preenchia os dados do serviço no site, a empresa ligava para um motoboy, retornava o contato para o contratante e agendava o serviço. Nós entramos para criar a plataforma”, lembra Rafael. Foi nessa transformação digital que nasceu a atual Motoboy.com.

A plataforma é um marketplace de entregas ultra-rápidas de produtos, documentos e materiais, facilitando o contato entre pessoas físicas e empresas com profissionais de motofrete. Uma das vantagens agregada à startup com a inserção da tecnologia foi a otimização do tempo. “Hoje, sem ter que falar ou negociar com ninguém, você coloca as informações no site e, pronto! Isso reduziu de 45 para 15 minutos o tempo médio para o motoboy chegar no local do início da entrega. Além disso, o cliente tem mais controle e segurança acompanhando o motoboy em tempo real com o uso do GPS e tem todas as informações do serviço registradas digitalmente”.

Outra razão de o porquê negócios tech driven facilitam a jornada do empreendedor é a eliminação de custos. “A tecnologia, sempre que aplicada com sucesso em qualquer produto ou serviço, tende a torná-los mais simples de usar e com custos reduzidos”, avalia Rafael, CMO da Motoboy.com. “A tecnologia sempre revolucionou a produção de bens e serviços. Não somente nos meios digitais, mas também as máquinas e ferramentas, na história da humanidade, vieram para melhorar o trabalho. E isso sempre trouxe e vai trazer vantagens, não só ao consumidor, mas também para quem produz”.

A tecnologia também está abrindo caminhos aos profissionais que optam por trabalhar por conta ou por demanda – como os motoboys. Essa mudança no mercado de trabalho vem sendo chamado de Uberização. Em 2019, conforme pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até novembro, 26% dos trabalhadores do país optaram pelo trabalho informal, maior taxa desde 2012. “Apesar das vantagens trabalhistas e da estabilidade de um emprego fixo, grande parte dos motoboys não querem voltar para a CLT. As plataformas online permitem que eles sejam autônomos, optando quando e onde querem trabalhar, sem precisarem se submeter a patrões e cargas horárias, dentre outras coisas”, explica Perboni.

Para se cadastrar na Motoboy.com, os profissionais devem ser treinados, com licença de motofrete (via prefeituras) e regularizados como Microempreendedor individual (MEIs). Atualmente, a plataforma atua em mais de 140 cidades brasileiras e tem mais de 50 mil motoboys cadastrados. E os projetos futuros da plataforma envolvem ainda mais tecnologia: “Nosso projeto é inserir ainda mais inteligência artificial no processo, para que o próprio sistema avalie e nos diga quais ações devem ter prioridade a serem executadas. São decisões baseadas na interseção de múltiplos dados, de forma mais ampla que normalmente uma pessoa poderia ter”, encerra o empreendedor.

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