Startup já atendeu a mais de 1,2 mil companhias e transformou mais de 40 mil toneladas em matéria prima para ser comercializada
As ações ambientais, sociais e de governança corporativa (conhecidas como ESG, sigla em inglês) conquistam cada vez mais espaço no mercado e no dia a dia das pessoas. Graças aos avanços da tecnologia, soluções inovadoras para desenvolver o lado ambiental dessa sigla surgem e contribuem para o desenvolvimento do mercado sustentável. Como é o caso da cleantech Polen. Fundada em 2017 por Renato Paquet e Lucas Sarmento, a startup vende resíduos sólidos para empresas que precisam se adequar a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010 pela internet, via blockchain.
Antes de explicar o conceito na qual a empresa de Paquet e Sarmento estão inseridas, é importante destacar que este mercado é regulamentado no Brasil e a empresa vem crescendo exponencialmente anos após ano. Em 2020, a Polen anunciou um crescimento de 300% e em 2021 manteve o mesmo ritmo. A cleantech já atendeu mais de 1,2 mil companhias, trabalhou em conjunto com mais de quatro mil indústrias, transformou mais de 40 mil toneladas de resíduos em matéria-prima, para serem comercializadas, e conta com 200 cooperativas em 24 estados brasileiros cadastradas no seu marketplace.
Esse mecanismo de compra e venda de material reciclável pela internet, acontece por meio de uma plataforma b2b que comercializa créditos de logística reversa via blockchain. Esse criptoativo tem a função de auxiliar as empresas a comprovarem que estão reciclando 22% daquilo que foi inserido no mercado brasileiro – valor exigido pela PNRS. Essa validação acontece da seguinte forma: cada crédito de logística reversa gera um token, que equivale a um quilo de resíduo sólido. Ou seja, se a companhia necessita provar que trabalhou na reciclagem de 300 toneladas de plástico (por exemplo), ela vai precisar de 300 mil moedas da Polen.
“Na prática, o processo é similar ao dos créditos de carbono, na qual as empresas não precisam comprar áreas verdes para comprovar que estão neutralizando CO², reflorestando ou preservando a florestas. Elas apenas adquirem essa “moeda”. No nosso caso, as indústrias compram os créditos de logística reversa via blockchain e podem comprovar que estão trabalhando na reciclagem dos materiais inserido no mercado”, comentou Renato Paquet, CEO da Polen
“Mas e a blockchain como se encaixa nesse processo?”, você deve estar se perguntando. Por ser um sistema descentralizado e que permite apenas uma transação por vez, além de ser mais seguro que os convencionais, essa tecnologia tem a função de rastreabilidade, transparência e confiabilidade. Ou seja, toda nota fiscal de comercialização de resíduos sólidos é hospedada na blockchain e o upload não pode ser feito duas vezes, já que o sistema não permite repetição, pois ele é um banco de dados sem base fixa.
“Os avanços na tecnologia, como a blockchain, permitem que entreguemos um produto confiável, seguro e que ajuda as empresas a cumprirem suas metas ESG. Um detalhe importante que gosto de destacar é que a nossa blockchain é pública, qualquer um pode consultar, e neutra em carbono, garantindo que o impacto ambiental positivo das operações que realizamos seja ainda maior”.