A inovação disruptiva, no contexto empresarial, tem se destacado como uma força motriz para a transformação e progresso organizacional. Para os executivos da área, CIOs (Chief Innovation Officers), CINOs (Chief Innovation Officers), dentre outros líderes de inovação, essa forma de novidade representa uma oportunidade estratégica de impulsionar o sucesso corporativo e se manter à frente da concorrência.
Executivos, em posições de destaque, enfrentam desafios que vão além da gestão rotineira. A necessidade de equilibrar as operações atuais com a constante busca por soluções inovadoras e tecnologias emergentes é um imperativo para a sobrevivência e o crescimento das organizações que representam. A inovação se coloca, nesse cenário, como uma ferramenta valiosa para conquistar novos mercados, melhorar a eficiência e incrementar a experiência do cliente.
A inovação disruptiva tem suas raízes nas ideias apresentadas pelo professor Clayton Christensen — Harvard Business School e autor do livro “O Dilema da Inovação”, que ficou mundialmente conhecido pelo seu estudo em inovação dentro de grandes empresas na década de 1990. Christensen cunhou o termo para descrever como novas tecnologias e modelos de negócio, insignificantes em seus estágios iniciais, transformaram setores inteiros da economia, desbancando empresas e produtos já estabelecidos. O exemplo clássico é o da indústria de discos rígidos de computadores, onde tecnologias de armazenamento de dados menos eficientes, mas mais acessíveis, emergiram e acabaram por tornar obsoletos os discos rígidos tradicionais.
Christensen, em seu livro, traz a conclusão de que administrar melhor, trabalhar mais arduamente e evitar erros não é a solução para o dilema da inovação. O autor destaca que conheceu muitos gerentes talentosos e dedicados, mas encontrar pessoas ainda melhores não resolveria o problema imposto pelas tecnologias disruptivas. Também mostra que executivos competentes, em empresas bem-sucedidas e utilizando as melhores técnicas, podem levar suas empresas ao fracasso na busca por lucro e crescimento. Além disso, as empresas não devem abandonar suas habilidades e estruturas organizacionais que as tornaram bem-sucedidas em seus mercados tradicionais só porque não funcionaram diante de mudanças tecnológicas disruptivas.
A maioria dos desafios da inovação enfrentados são incrementais, e as habilidades existentes são projetadas para lidar com essas inovações. Os administradores precisam reconhecer que essas capacidades, culturas e práticas são valiosas apenas sob certas condições.
Esta percepção destaca que muitas das percepções mais úteis na vida são simples. Muitas das descobertas apresentadas no livro se encaixam nesse molde, pois inicialmente podem parecer contrárias às intuições, mas revelam-se simples e sensíveis. Christensen espera que essas percepções sejam úteis para os leitores que estão lidando com os dilemas da inovação.
Portanto, pode-se analisar seis pontos principais:
Neste cenário, é destacado que existem poderosas barreiras para a entrada e mobilidade no mercado que diferem das barreiras tradicionalmente descritas pelos economistas. O fato de as empresas estabelecidas não verem sentido em investir em tecnologias disruptivas pode ser uma proteção para as pequenas empresas que estão criando mercados emergentes. No entanto, as empresas tradicionais podem superar essa barreira se entenderem os conflitos entre as demandas das tecnologias incrementais e disruptivas e alinharem suas posições de mercado, estruturas organizacionais, capacidades de desenvolvimento e valores com o poder de seus clientes.
As Tecnologias de Ruptura são baseadas em princípios que afetam o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias pelas empresas.
O primeiro princípio destaca a dependência das empresas em relação aos clientes e investidores para obter recursos. Para sobreviver, as empresas precisam atender às demandas e expectativas de seus clientes e investidores, oferecendo produtos, serviços e lucros satisfatórios. No entanto, isso pode dificultar o investimento em tecnologias de ruptura, que são oportunidades de baixo custo e que os clientes ainda não desejam. Muitas vezes, as empresas só percebem a importância dessas tecnologias quando já é tarde demais.
O segundo princípio ressalta que os pequenos mercados não são suficientes para atender às necessidades de crescimento das grandes empresas. À medida que as empresas crescem, elas precisam manter suas taxas de crescimento, o que significa que precisam buscar mercados maiores. Isso se torna cada vez mais difícil à medida que as empresas se tornam maiores, pois é mais complicado entrar em mercados menores com potencial de crescimento futuro. Para manter suas taxas de crescimento, as empresas devem se concentrar em mercados maiores.
O terceiro princípio destaca que mercados que ainda não existem não podem ser analisados. Muitas empresas precisam de dados sobre o tamanho do mercado e retornos financeiros antes de investirem em um novo mercado. No entanto, quando se trata de tecnologias de ruptura, que criam mercados totalmente novos, esses dados não estão disponíveis. Isso pode paralisar as empresas, impedindo-as de aproveitar essas oportunidades.
O quarto princípio aborda a questão de que o fornecimento de tecnologia pode não corresponder à demanda do mercado. À medida que as tecnologias de ruptura avançam, elas podem ser inicialmente utilizadas apenas em pequenos mercados. No entanto, à medida que essas tecnologias progridem e superam o desempenho das tecnologias tradicionais, elas se tornam competitivas nesses mercados. Isso ocorre porque muitas vezes o progresso tecnológico é mais rápido do que a capacidade dos clientes em absorver essas melhorias. Quando as tecnologias de ruptura atingem um desempenho adequado, os clientes começam a considerar outros critérios, como confiabilidade, conveniência e preço. Esses critérios muitas vezes favorecem as tecnologias mais recentes.
Um erro comum cometido pelos gerentes ao lidar com novas tecnologias é tentarem combater ou superar os Princípios da Tecnologia de Ruptura. Ao aplicar as práticas da administração tradicional, que levam ao sucesso com as tecnologias incrementais, eles sempre enfrentam o fracasso ao lidar com tecnologias de ruptura. A rota mais produtiva, que frequentemente leva ao sucesso, é entender as leis naturais que se aplicam às tecnologias de ruptura e utilizá-las para criar novos mercados e produtos. Somente ao reconhecer as dinâmicas de como as tecnologias de ruptura se desenvolvem, os gerentes podem responder efetivamente às oportunidades que elas apresentam.
Mas como enfrentar as tecnologias de ruptura?
A utilização de novas tecnologias disruptivas a favor de uma empresa requer uma abordagem estratégica e proativa. Aqui estão algumas maneiras de implementar essas tecnologias de forma eficaz:
Compreender as Necessidades da Empresa
Antes de adotar qualquer tecnologia disruptiva, é essencial compreender as necessidades específicas da empresa. Identifique os desafios enfrentados pela organização e determine como as novas tecnologias podem ajudar a superá-los.
Pesquisar e Avaliar as Tecnologias Disponíveis
Existem muitas tecnologias disruptivas emergentes no mercado. Realize pesquisas detalhadas para identificar quais são as mais relevantes para o setor e para as necessidades da empresa. Avalie suas capacidades, custos e benefícios potenciais.
Investir em Liderança
O sucesso na adoção de novas tecnologias requer uma liderança inspiradora que esteja disposta a apoiar e incentivar a mudança organizacional. Líderes engajados são fundamentais para motivar e envolver a equipe na implementação de tecnologias disruptivas.
Estabelecer Parcerias com Especialistas
Em muitos casos, pode ser vantajoso estabelecer parcerias com especialistas ou empresas que possuam experiência e expertise em tecnologias disruptivas. Isso pode acelerar o processo de implementação e garantir resultados mais efetivos.
Realizar Testes e Pilotos
Antes de implementar uma nova tecnologia, é recomendado realizar testes e pilotos em pequena escala. Isso permitirá avaliar sua viabilidade e identificar possíveis ajustes antes da adoção em larga escala.
Capacitar os Colaboradores
A adoção de novas tecnologias disruptivas muitas vezes requer uma mudança na cultura e nos processos organizacionais. Capacite os colaboradores para que eles compreendam os benefícios e saibam como utilizar efetivamente as novas tecnologias.
Monitorar e Medir Resultados
Determine indicadores de desempenho para monitorar a eficácia da implementação das tecnologias disruptivas. Meça regularmente os resultados alcançados e faça ajustes conforme necessário para maximizar os benefícios.
Fomentar uma Cultura de Inovação
Tenha uma cultura organizacional que valorize a inovação e encoraje a experimentação com novas tecnologias. Esforce os colaboradores a compartilhar ideias e contribuir para a busca contínua por soluções disruptivas.
As inovações têm o poder de causar uma revolução em diversos setores econômicos e alterar radicalmente a forma de operação das empresas. A seguir, apresentamos alguns exemplos de empresas que souberam usar as tecnologias, as diversas formas de inovar, para trazer um impacto significativo em seus respectivos mercados:
A plataforma de transporte compartilhado Uber é um exemplo clássico de inovação disruptiva no setor de transporte. Ao conectar motoristas particulares a passageiros por meio de um aplicativo móvel, a empresa revolucionou como as pessoas se deslocam nas cidades, oferecendo uma alternativa mais acessível e conveniente aos tradicionais serviços de táxi.
No setor de hospedagem, o Airbnb é um exemplo de inovação ao possibilitar que pessoas comuns aluguem seus espaços residenciais como acomodações para turistas. Essa plataforma criou uma nova forma de hospedagem, concorrendo diretamente com hotéis e mudando a dinâmica do mercado de turismo.
A Netflix transformou a indústria do entretenimento ao oferecer um serviço de streaming de filmes e séries pela internet. Essa inovação permitiu que os usuários assistam ao conteúdo sob demanda, rompendo com o modelo tradicional de TV a cabo e proporcionando maior flexibilidade e variedade de conteúdo.
A Tesla, uma empresa que produz carros elétricos, representa uma transformação radical no setor automobilístico. Ao desenvolver os automóveis de alto desempenho e autonomia, a Tesla impulsionou a adoção de veículos elétricos e acelerou a transição para uma mobilidade mais sustentável.
A Amazon é um exemplo de inovação no setor de varejo. Ao oferecer uma plataforma de comércio eletrônico com uma ampla seleção de produtos, entrega rápida e experiência de compra personalizada, a empresa transformou como as pessoas compram produtos online.
A tecnologia de blockchain é uma forma de inovação com o potencial de revolucionar diversos setores, incluindo o financeiro, logístico e de saúde. Essa tecnologia descentralizada e segura permite a realização de transações diretas e transparentes sem a necessidade de intermediários, abrindo caminho para novos modelos de negócio e maior eficiência nas operações.
A inovação representa uma oportunidade estratégica para os executivos da área, uma vez que impulsiona o sucesso corporativo e a vantagem competitiva. Diante dos desafios da gestão rotineira e da busca por soluções inovadoras, a compreensão das necessidades do público-alvo é fundamental para orientar a inovação de forma precisa e impactante.
A liderança exerce um papel crucial ao estimular uma cultura organizacional que valorize a experimentação e a busca constante por melhorias. Além disso, estar atento às tendências tecnológicas emergentes é essencial para identificar oportunidades estratégicas.
Para utilizar novas tecnologias a favor da empresa, é fundamental compreender suas necessidades específicas e investir em liderança inspiradora. Parcerias com especialistas e a realização de testes pilotos contribuem para uma implementação eficaz. Capacitar os colaboradores e monitorar os resultados também são aspectos fundamentais nesse processo.
Empresas como Uber, Airbnb, Netflix, Tesla e Amazon, com tecnologias como o blockchain, provocaram uma revolução em seus mercados, transformando a maneira como as pessoas se comportam utilizando seus nichos.
Ao adotar a inovação como princípio norteador, os líderes estarão preparados para enfrentar desafios do mercado contemporâneo, conquistar novos mercados, melhorar a eficiência e proporcionar experiências excepcionais aos clientes. A utilização estratégica das novas tecnologias será um diferencial para o crescimento e sucesso das organizações em um cenário de constante mudança e aceleração tecnológica.
A Bossanova, como ecossistema de inovação, está intimamente ligada ao entendimento e aplicação dos princípios da tecnologia disruptiva, conforme apontados pelo Professor Christensen. O ambiente inovador e como busca startups para parcerias possibilita a criação de novos mercados e produtos, especialmente quando se depara com tecnologias disruptivas.
Ao atribuir a responsabilidade das tecnologias disruptivas às organizações que realmente necessitam delas, a Bossa favorece a fluidez dos recursos e o desenvolvimento de soluções voltadas às necessidades reais do mercado.
A mentalidade de planejar considerando a possibilidade do fracasso, como ensinado pelo Professor Christensen, também encontra eco na Bossa, onde o aprendizado contínuo é valorizado e os esforços iniciais são encarados como oportunidades para aprimorar as abordagens de comercialização de tecnologias disruptivas. A flexibilidade e a capacidade de revisão e adaptação com base em dados coletados são características que encontram espaço nesse ecossistema inovador.
Outro ponto relevante é a postura de não confiar exclusivamente nas rupturas, mas sim de tomar a dianteira o mais cedo possível e encontrar novos mercados fora das tradições estabelecidas. A Bossa, com sua mentalidade aberta e ávida por novidades, é o ambiente ideal para explorar esses novos espaços e construir relações baseadas nos atributos das tecnologias disruptivas que, porventura, não se encaixem nos mercados tradicionais.
Portanto, o nosso ecossistema se alinha naturalmente com a abordagem recomendada pelo Professor Christensen para lidar com tecnologias disruptivas. Seu espírito inovador, flexibilidade e predisposição para aprender e explorar novos caminhos nos tornam uma força impulsionadora para o sucesso de tantas startups, quanto de parceiros, diante das oportunidades que essas tecnologias apresentam.
Referências:
Christensen, Clayton M. O Dilema da Inovação: Quando as Novas Tecnologias Levam Empresas ao Fracasso. São Paulo: Makron Books, 2011.
Christensen, Clayton M., et al. “The Innovator’s Solution: Creating and Sustaining Successful Growth.” Harvard Business Review Press, 2013.
Bower, Joseph L., and Clayton M. Christensen. “Disruptive technologies: catching the wave.” Harvard business review 73.1 (1995): 43-53.
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