Uma Startup pode ir longe quando tem capital suficiente para desenvolver totalmente sua ideia ou conceito subjacente. Uma startup sem dinheiro pode estar fadada ao fracasso, com isso, levantar capital para sua startup é uma das tarefas mais importantes em que você pode se encontrar investido, ao lado do crescimento do lado técnico do negócio.

Na jornada, assim como mencionado nos artigos anteriores, você precisa de dinheiro para marketing, espaço de escritório, desenvolvimento de protótipo, para contratar pessoal, e várias outras coisas. Estimar o valor de sua startup é a única maneira de apresentar sua ideia a um investidor cuja primeira pergunta será: Quanto vale?

Empresas jovens são difíceis de avaliar, em parte, por não podermos nos basear simplesmente no histórico financeiro e, em parte, porque seus modelos de negócio estão sempre em constante mudanças. Com isso, para os fundos de Venture Capital é comum analisarmos os preços e inclusive propormos valuations para startups que nos interessam. Entender benchmarks, olhar para os múltiplos, históricos de exits e etc. São exercícios que nos ajudam a desenvolver parâmetros para uma ciência nada exata.

Mas, independentemente do estágio das empresas, maduras ou não, há uma premissa comum à precificação desses ativos: seu valor reflete (ou deveria refletir) as expectativas de fluxos de caixa futuros no momento da sua venda.

Venture Capital: It is a pricing, not a value, game!

Um insight interessante de se trazer é a premissa expressa pelo Prof. Aswath Damodaran.

Para Damodaran, a diferença entre pricing e valuation é que no pricing estimamos o preço de um ativo a partir da comparação com outros similares, método conhecido como “valuation relativo”.

O problema com as startups jovens é que as métricas operacionais (margens brutas, usuários ou downloads) muitas vezes são inexistentes ou muito pequenas para servir de base de preço. Com isso, replicar os benchmarks de valuation do Vale do Silício, por exemplo, é que as startups de lá não estão expostas aos memos riscos que as startups brasileiras.

Entendido, mas quanto vale a minha empresa?

Assim como a dinâmica de precificação da economia, a indústria de Venture Capital navega em uma questão de oferta e demanda, ou seja, o Valuation e as metodologias de precificação são muito discutidas no mercado, entretanto, na prática as principais justificativas para o racional dos VCs são pontos relacionados com o business plan, cap table e expectativa de exit.

Além disso, aproveitando que abordamos a questão da importância do cap table, esse é um dos principais pontos é o de correlação do valuation com a diluição. Os fundos de venture capital e os fundadores, devem se preocupar com a preservação do cap table saudável, visando as próximas rodadas para que não prejudique as negociações de valuation futura.

Mas e aí, quais são os modelos de valuation mais populares para startups?

1 – Avaliação por Scorecard

O método de avaliação por scorecard é uma abordagem para precificação de uma startup. Ele inicia atarvés da determinação de um valor inicial, e então o valor é ajustado de acordo com um conjunto de critérios, e esses critérios são ponderados de acordo com seu impacto no sucesso do projeto.

Os principais pontos de ponderação desse modelo é a capacidade do time, o produto/tecnologia pronta, o tamanho do mercado e a concorrência da solução/mercado.

2 – Método de Negociações Comparáveis (Múltiplos)

O Método de Negociações Comparáveis é simplesmente uma regra de 3.

Dependendo do tipo da startup, você precisará encontrar um indicador que seja uma boa aproximação para o valor de sua solução. Este indicador poderá ser específico da sua indústria: Receita mensal recorrente (Saas), Número de lojas (varejo), Patentes depositadas (Medtech/Biotech), Usuários semanais ativos – WAU (Redes sociais).

Na maioria das vezes, é possível apenas pegar algumas linhas do seu DRE: Receita Bruta, Margem Bruta, EBITDA, etc. O método de negociações comparáveis é indicado tanto para startups que ainda não possuem receita quanto para as que já estão faturando.

3 – Venture Capital Method

É o modelo utilizado por diversos fundos de Venture Capital, também pode ser conhecido como método do Capital de Risco, o qual foi desenvolvido pela Universidade de Harvard a fim de avaliar startups com ou sem faturamento prévio.

Essa forma de cálculo adota a perspectiva do investidor e olha para o valor da empresa com o enfoque voltado para retorno financeiro que ele deseja ter dentro de um determinado lapso temporal.

“Se eu investir hoje na empresa X, quanto vou ter de retorno dentro de 5 anos?” Essa é a pergunta decisiva que os investidores fazem ao decidirem a respeito do aporte de recursos em um negócio.

 Por isso, criou-se este método, como uma forma de oferecer ao investidor essa estimativa dos seus ganhos futuros, quando chegar seu momento de retirada, ou seja, quando ele fizer o “desinvestimento”.

4 – Discounted Cash Flow (Fluxo de Caixa Descontado)

Uma ferramenta técnica empregada por analistas financeiros para determinar o valor de um negócio, estimando seus fluxos de caixa futuros, descontando-os a uma certa taxa de desconto para obter seu valor atual. Dado o fato de que esse método se baseia fortemente em suposições que requerem alguns dados históricos para serem realizados, não é o mais utilizado para valorizar startups.

5 – Round e Diluição

Esse cálculo traduz uma pergunta simples: “Como empreendedor, o quanto estou disposto a diluir minha participação em troca de recursos, expertise e relacionamentos?”. Nesse momento a empreendedora poderia aceitar um valuation diferente dependendo do quanto acredita que o fundo/investidor poderá agregar, sendo algo subjetivo.

Post-money Valuation = [Primary-round] / [% ownership do investidor]

Agora, como escolher o melhor método para o estágio da minha startup?

As startups têm diferentes estágios que passam desde o momento em que a ideia surge até o ponto em que a empresa amadureceu para uma corporação totalmente operacional. Cada um desses modelos de avaliação de startups pode ser mais útil para algumas etapas do que outros e você precisa determinar em que estágio você está antes de escolher o método mais adequado para você.

Modelos de avaliação de startup são meras aproximações, existem diversos fatores qualitativos e quantitativos que afetam a maneira de valuar um negócio que quase não temos históricos e comprovações de mercaado. No entanto, os métodos e detalhes que trouxemos podem trazer uma ideia um pouco mais clara do que esperar e do que pedir para sua startup.

Esse tem é extenso e com certeza iremos abordar com outros insights futuros.

Utilizamos cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Cookies